Secretaria Municipal de Educação

Alunos do Programa Escola Municipal em Tempo Integral iniciam as aulas em Benevides

O Programa Escola Municipal Em Tempo Integral contempla 4 escolas, como EMEIF Angélica Sales, UPEIF Fiore, EMEIF Madressilva e EMEIF Maria Romualda, alcançando mais de 600 crianças e comunidades.

13/03/2024 21h46 - Atualizada em 14/03/2024 07h04
Secom

A Prefeitura de Benevides, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), e em parceria com o Centro de Formação e Pesquisa, deu início às aulas para os alunos da Escola Municipal Em Tempo Integral, contemplando 4 escolas, como EMEIF Angélica Sales, UPEIF Fiore, EMEIF Madressilva e EMEIF Maria Romualda, alcançando mais de 600 crianças e comunidades.

Confira nesta matéria como tem sido em algumas dessas escolas as primeiras experiências da proposta de educação, que já tem tocado humanamente crianças e comunidades.

Em cada escola encontra-se uma diversidade de infâncias e suas subjetividades.

A proposta da educação integral é propriamente reconhecer todas as infâncias do território, acolhendo todos os  aspectos que compõem o ser humano na sua totalidade, como intelectual, físico, emocional, cultural, religioso, étnico/racial, gênero, político, e abraçar toda a diversidade como uma riqueza, capaz de mover o indivíduo para a liberdade. 

Na EMEIF Angélica Sales, localizada no distrito de Santa Maria, as crianças estão vivendo uma experiência de encontro com outras culturas, na convivência diária com as crianças da etnia indígena Warao, povo originário da República Bolivariana da Venezuela.

O processo de inculturação também acontece na ambiência da escola, onde desde a entrada, na cozinha e em outros compartimentos pelos quais as crianças costumam transitar, são identificados em dois idiomas, na Língua Portuguesa e na Língua Warao, simbolizando o respeito, a empatia, e a resistência de uma língua mãe que precisa resistir. 

Segundo Socorro Sampaio, gestora da escola, essa convivência tem sido fundamental para que as crianças exercitem o respeito, assegurando o bem viver entre elas. 

No sentido pedagógico, essa relação tem despertado um interesse nas crianças de compreender a cultura umas das outras, que pode ser observado no ato de ensinar e aprender entre elas, naturalmente por meio da comunicação, no estudo, e no brincar.

“Aqui na nossa escola nós temos atualmente crianças de outras culturas, culturas que não são brasileiras. Esse respeito está sendo mútuo, o respeito com os povos indígenas, o respeito com a língua indígena, com a cultura indígena, e ela está sendo partilhada a todo momento e acolhida por todas as crianças. O interesse de aprender o idioma indígena, o Warao, o interesse de entender. É incrível ver esse interesse, sobretudo o cuidado, o cuidado para com eles de procurar saber como que eles estão se sentindo, e preocupados em inseri-los a todo instante nas atividades. Está sendo magnífico”, contou a gestora. 

Com foco numa educação com equidade, para o processo de alfabetização, as crianças da etnia Warao contam com o apoio de um intérprete de línguas de sua comunidade durante as aulas. 



O aluno, Felipe de Lima, 10 anos, conta que tem se sentido motivado pelas aulas. Segundo ele, tem se interessado em participar de todas atividades, especialmente as que mais o desafia.

“Tem sido diferente essa escola, tenho gostado muito, do português, da matemática, tem sido muito legal aprender de formas diferentes”, disse

A coordenadora pedagógica, Melissa Dias, que atua na EMEIF Madressilva, conta que a experiência em tempo ampliado tem sido positiva tanto para os professores, quanto para os alunos. 

Ela  percebe que o formato das aulas e a diversidade de conteúdos que estão sendo apreciados pelas crianças, têm provocado um profundo interesse delas resultando em experiências significativas. O reflexo dessa participação tem elevado a frequência escolar. 

“Nós temos observado que as crianças estão gostando muito. Em relação à questão do cansaço, que era a nossa preocupação, a gente observa que as crianças não estão cansadas. Observo também que a parte da diversidade, da música, a arte, o espaço maker, que eles estão tendo acompanhamento com professores, eles têm se mostrado muito interessados, e isso tem refletido na frequência escolar, há uma expressiva participação. Acredito que teremos grandes avanços em relação à aprendizagem, e também nas questões sociais que rodeiam a criança. Estamos gostando muito dessa experiência, que é nova, desafiadora, mas que tem sido positiva”, avaliou a professora.

Durante o dia, em tempo ampliado, as crianças também fazem um momento de descanso, com menos estímulos, um descanso diferente do habitual, que é o autocuidado. Nessas ocasiões, a criança se conecta consigo mesma, aprende a descansar, a partir da compreensão de suas emoções, e a importância do cuidado da mente e do corpo. 

“O meu filho tem amado a escola em tempo integral. Todos os dias ele tem chegado feliz, e um dia desses ele chegou com uma flor para mim, coisa que nunca tinha acontecido. Então só agradecer mesmo por essa educação de qualidade que meu filho tem tido”, disse uma mãe. 

Em tempo ampliado na escola, as crianças das camadas sociais mais vulneráveis passarão a ter mais possibilidades, dentro de um ambiente seguro e livre, com estímulos para desenvolver habilidades, com maior segurança alimentar, além de experiências significativas que podem expandir múltiplas inteligências e sensibilidades no contato com a terra e com as outras crianças. 

Benevides, cidade da Primeira Infância.