Secretaria Municipal de Habitação

Benevides instala primeira Ecobarreira no Pará para Combater Poluição do Rio Benfica

Projeto sustentável une Prefeitura, Natura e ativistas para impedir que lixo doméstico e resíduos irregulares cheguem aos igarapés e rios do município

23/07/2025 20h13 - Atualizada em 24/07/2025 01h24
Secom

Benevides dá mais um passo importante na luta contra a poluição dos rios com a instalação da primeira Ecobarreira do Estado do Pará. Uma solução ecológica e de baixo custo resultado da parceria entre a Prefeitura Municipal de Benevides, a empresa Natura e o ativista ambiental Diego Saldanha, idealizador e criador das Ecobarreiras no Brasil.


Instalada em um dos braços do Rio Benfica, na área central do município, próximo à Avenida Joaquim Pereira de Queiroz, o protótipo da primeira Ecobarreira foi posicionado em um ponto estratégico de Benevides para conter o descarte ilegal e irregular de lixo e entulho, um desafio recorrente enfrentado por centros urbanos em todo o país.

Ecobarreira foi instalada no Rio Benfica, na área central do município, para interceptar o lixo.


“Benevides é a primeira cidade do Pará a receber uma ecobarreira produzida a partir de um projeto belíssimo que descobrimos e decidimos replicar. A proposta é simples, acessível e sustentável. Com apoio da Natura e do ativista Diego Saldanha, essa barreira vai nos ajudar a proteger os nossos rios”, afirmou a prefeita Luziane Solon, destacando o cuidado e a transformação ambiental que o projeto representa.


A estrutura simples e inteligente, feita com galões recicláveis, redes de proteção e cordas, flutua conforme o nível da água e direciona o lixo para a margem, facilitando a coleta sem a necessidade de entrar no rio. Caso ocorra uma enchente, uma das pontas se solta automaticamente para evitar rompimentos, garantindo a eficiência e segurança da barreira.

A primeira Ecobarreira já atua no Rio Benfica, estrategicamente posicionada para interceptar a poluição e proteger nossas águas.

A magia da Ecobarreira está no seu design adaptável: construída com materiais simples, ela flutua com o nível do rio, conduzindo os resíduos diretamente para a marga, facilitando a remoção.


Rios Vivos da Natura / Benevides Recicla


A instalação faz parte do Programa Elos – Rios Vivos, da Natura, que atua na Amazônia promovendo a retirada de resíduos plásticos dos rios, a criação de cadeias sustentáveis de reciclagem e o desenvolvimento de produtos com embalagens feitas com o plástico retirado das águas — como é o caso da linha Natura Ekos Ryo.


“A iniciativa está alinhada com uma visão de futuro que busca enfrentar os desafios da crise climática e promover a proteção da Amazônia com ações reais e permanentes”, destacou o secretário municipal de Gestão do Meio Ambiente e Turismo, Welton Neves.

Sabrina - Representante do Programa Elos Rios Vivos da Natura, Luziane Solon - Prefeita de Benevides, Welton Neves - Secretário de Meio Ambiente e Turismo de Benevides, Rogério Sousa, chefe de Gabinete da SEMMAT.
“Além da barreira, Benevides já conta com o programa Benevides Recicla, que arrecadou mais de 70 toneladas de resíduos recicláveis nos últimos meses. É um compromisso constante da gestão em cuidar do meio ambiente com políticas públicas e o envolvimento da população”, reforçou Rogério Sousa, chefe de gabinete da SEMMAT, evidenciando o orgulho pelas iniciativas locais.


O material recolhido pela Ecobarreira será retirado três vezes por semana e destinado a cooperativas locais parceiras do programa Benevides Recicla.

A Ecobarreira chega para somar esforços ao bem-sucedido programa Benevides Recicla, que já retirou mais de 70 toneladas de recicláveis do nosso meio ambiente.

Um ciclo virtuoso: o lixo retido pela Ecobarreira tem destino certo – será recolhido três vezes por semana e encaminhado às cooperativas locais, fortalecendo a cadeia de reciclagem de Benevides.
Como surgiu o projeto das Ecobarreiras?


A ecobarreira foi criada em 2016 por Diego Saldanha, morador de Colombo (PR), como forma de retribuir ao rio Atuba, onde cresceu. “Eu gastei menos de R$ 1.000 para começar. Com materiais recicláveis e criatividade, consegui desenvolver algo eficiente, simples e que tem sido replicado em várias cidades”, explicou o ativista.

Com o apoio da Prefeitura, da Natura e de ativistas, um projeto inovador se ergue para barrar o lixo doméstico e resíduos, garantindo a saúde dos nossos rios e igarapés.Ativista ambiental Diego Saldanha, idealizador e criador das Ecobarreiras no Brasil
A visibilidade da ação nas redes sociais atraiu apoiadores e parcerias com empresas como a Natura. Agora, com Benevides na vanguarda da Amazônia, o projeto ganha ainda mais força.


O lixo recolhido em outros rios pelo projeto de Saldanha inclui de garrafas plásticas a eletrodomésticos, evidenciando a dimensão da poluição urbana.


“Tudo que desce flutuando pelo rio fica barrado: televisão, máquina de lavar, garrafa plástica. Tem coisas que jamais poderiam estar dentro de um rio. Isso é só uma amostra do que nossos rios urbanos carregam. A gente precisa falar sobre isso e agir”, alertou Diego, que também realiza palestras de educação ambiental em escolas e comunidades, incentivando ações individuais que geram transformação coletiva.

A Ecobarreira, idealizada por Diego Saldanha, não é apenas uma solução local; trata-se de um projeto de renome nacional. Recentemente, em 2025, o trabalho do ativista foi reconhecido no Prêmio iBest, a mais importante premiação do universo digital brasileiro.
O ativista expressa um desejo para o futuro: “Meu sonho é que um dia você volte aqui e eu possa dizer: 'Não precisa mais de ecobarreira, porque não desce mais lixo'. Parece distante, mas eu acredito. E enquanto isso, seguimos trabalhando”, concluiu Diego, inspirando a comunidade a ter pertencimento e sonhar junto por rios mais limpos.


Por que isso importa? 


De acordo com a Fundação S.O.S. Mata Atlântica, apenas 7% dos rios monitorados em cidades brasileiras têm água com qualidade boa ou ótima. A experiência pioneira de Benevides mostra que soluções criativas, acessíveis e colaborativas podem ajudar a mudar esse cenário. E o mais importante: a população está no centro dessa transformação.